quarta-feira, 26 de maio de 2010

Exemplo de Miranda

Uma das principais dificuldades femininas no mundo corporativo é se fazer respeitar sem levar pelas costas apelidos grotescos como dama de ferro, mulher do diabo e sei lá quantos outros.

Vamos a um exemplo. Quem não se lembra da cena de "O Diabo Veste Prada", com Miranda Priestly (interpretada pela incrível Meryl Streep), jogando seus casacos e bolsas sobre a mesa de suas secretárias que por sua vez sonhavam em ter um emprego daquele, mesmo tendo que aguentar o costumeiro mal humor da “patroa” ? Por outro lado, vamos imaginar o inverso de Miranda. Uma mulher no mesmo cargo, simpática, que respeita os outros, cumprimenta a todos com a mesma dignidade. Sem dúvida esta última poderá ser mais querida porém, certamente, menos respeitada. E o que interessa ao mundo corporativo, ser querida ou respeitada?

O saber se posicionar no trabalho frente às mais diversas situações ainda vem sendo apreendido pelas mulheres. Somos competentes, criativas, dispostas, flexíveis mas ainda nossa principal qualidade pode se tornar nosso pior defeito. A sensibilidade. Cobrar prazo, despedir alguém, ser rigorosa com situações que podem fugir do controle. Dizer não sem a menor culpa.

Quantas vezes ao levarmos uma bronca, as lágrimas nos escorrem dos olhos? Involuntariamente. Como fazer para os outros percebam que somos pessoas “boas” (do bem) e não “bobas” ? E fazer isso sem arrogância nem prepotência. Parece ser tão fácil para os homens.

Longe de discutir competências, muito menos quem é melhor no que admitindo que cada um tem suas qualidades, o que se percebe é que em alguns momentos, ainda repousa sobre a chefia feminina mais esta questão. Além do “ser” a do “parecer ser” também. Difícil? Claro..... Mas desde quando a vida feminina foi fácil?

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