terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vontade de mudar de história

Dia desses ouvi o comentário de uma amiga que me dizia que gostaria, se a vida fosse um livro, dar uma espiadela lá na frente, na última página para ver como sua história terminaria. Naquele dia, ela estava realmente entediada. A queixa em especial nem era a de sempre, sobre a rotina “trabalho – casa – marido – filhos – dieta”. Era que tinha que conviver com um mesmo problema que a assombrava de tempos em tempos e com o qual nunca conseguiu lidar: a maldade das pessoas. Na hora que ouvi isso, confesso que ri.

Esperava tudo, menos o que acabava de ouvir. Afinal ela é linda, bem sucedida, bem casada, de uma simpatia contagiante, dois filhos incríveis, dedicada, interessada em ajudar as pessoas, tem um ciclo de amigos queridos, afinal, quem faria alguma maldade contra uma pessoa desse tipo? Na hora, ela me respondeu. “Gente invejosa, daquelas que vivem se comparando com a gente, não querem saber da nossa luta diária nem do preço alto que pagamos, só consideram os benefícios que recebemos como se na nossa vida, tudo fosse fácil e caísse do céu”.

Ora...... Inveja existe desde que o mundo é mundo. Caim e Abel, Deus e o diabo e não tem nada mais eficiente contra isso que a velha receita caseira do não dar importância. Considerei que ela não poderia resolver um problema que a meu ver nem era seu. “Se alguém é maldoso, ou tem inveja, o problema é da pobre dessa pessoa”. Mas de nada adiantou minha argumentação. Ela me dizia que gostaria de “mudar de história”, viver uma outra coisa. Estava realmente farta, indignada! Continuei argumentando que se ela mudasse de história, só teria mais um problema que era o de ter que aprender a conviver com outros tipos de problemas, novas maldades, outros invejosos. Os que ela convivia há anos, já sabia como agir.

Mas será que a gente sabe mesmo como agir? Será que a gente não reclama dos mesmos problemas justamente por agirmos da mesma forma sempre?Diferente do livro, que ela gostaria de espiar o final, a vida não é uma obra fechada. A vida, é um blog, aberto para novas postagens e considerações. Não dá para ler a última linha do blog porque ele é virtual, não tem fim a não ser na hora que a gente não mais se empenhar para escrever nele.

omo a obra é aberta, cabe a cada um de nós, ter criatividade para superar os velhos problemas sob o risco de termos que passar toda a nossa vida reclamando deles. Escrever o blog de nossa vida com outros trechos, parágrafos, virgulas e aprender a dar um ponto final nos assuntos que já se bastaram.

Fabiana Lucato

terça-feira, 13 de outubro de 2009

3 mergulhos para se casar

Diz a lenda que as lagoas de Pirambu no Sergipe são encantadas. A de água escura seria boa para quem quer se casar. Bastariam três mergulhos e a pretendente já poderia se preparar para a chegada do noivo.

Curiosa essa mentalidade que ainda insiste em fazer parte da cultura brasileira, a do “ter que se casar”. Colocar o casamento como objetivo e meta para a felicidade é no mínimo inverter a ordem lógica das coisas. Não é preciso se casar para ser feliz e sim ao contrário. É preciso ser feliz para poder se casar! Ser feliz ao lado de um companheiro onde os dois se respeitem, se façam felizes e juntos tenham como objetivo construir uma família. Saber que os problemas existirão mas que juntos poderão superá-los e que o amor se fortalecerá a cada dia.Casar é ótimo.

Constituir uma família, melhor ainda, não se tem dúvida disso, porém é preciso escolher alguém que valha a pena. Não sair por aí mergulhando em lagoa e depois disso dizer sim para o primeiro pedido que aparecer.

Até o companheiro certo aparecer, que tal parar de procurar por príncipes e de sonhar com histórias de amor românticas? Que tal olhar para os lados e prestar atenção naquele homem tímido, que você quase nem dá bom dia direito mas que no fundo é apaixonado por você? Que tal olhar pra ele com outros olhos? Melhor ainda, que tal procurar em outros lugares? Dizer sim a outros convites e procurar se abrir para novas possibilidades?

E se não acontecer, ser solteira, sim, por que não? Ver o filme que quiser na televisão, sair sem dar satisfação a ninguém, voltar na hora que quiser, almoçar e jantar na hora que tiver vontade, viajar com os amigos, ou sem eles, sozinha, qual o problema? Como tudo na vida, as situações apresentam sempre aspectos positivos e negativos. Cabe a cada uma de nós escolher que lado enxergar.

Se quiser ir para Sergipe, faça as malas porque o local é lindo como todo nordeste brasileiro. A lagoa é encantadora. Se for preciso, pra se sentir menos culpada de viajar sozinha, use até a desculpa que vai para lá mergulhar na tal lagoa. E quem sabe na viagem até lá..............

Fabiana Lucato

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Sobre os nossos baixinhos!

Olá pessoal!Estreamos agora o BLOG do Jornal da Mulher. Um espaço para publicarmos artigos, opiniões, matérias sobre comportamento, filhos, relacionamentos e todos os demais assuntos de interesse do público feminino.Seja benvindo...

Fabiana Lucato




Tagarelas, falantes, tímidos ou acanhados. Falam tudo que vem à cabeça! As vezes a gente chega até pensar que a língua tem uma ligação direta com o cérebro, de tantas perguntas, relatos, informações e considerações que saem daquelas boquinhas.

E que delícia é, poder ser assim. Eles trazem a energia e o brilho do sol para dentro de casa quando inventam de acampar no meio da sala. Elas, colocam a música bem alta para que, no lugar do acampamento, possa surgir uma pista de dança. Outras vezes, eles e elas, exaustos, são a tranquilidade da lua, o sossego e a paz, fazendo tudo a seu tempo, com um ritmo completamente diferente dos adultos. Um desenho em frente a TV só pra relaxar, o paninho, travesserinho, a boquinha se abrindo e enfim, o soninho! Quer paz maior que olhar pra cama e ver uma criança dormindo?Se os pais ensinam boas maneiras, responsabilidade, integridade, honestidade, higiêne, as regras e limites aos filhos, estes por sua vez atualizam os pais, fazem libertar a imaginação as vezes engessada pelos anos, em brincadeiras de herói e bandido, nos desfiles improvisados de bonecas, nas fases dos vídeo games. E a cada dia, aprendemos coisas diferentes com nossas crianças! Ou pelo menos, deveríamos aprender com elas. A imaginar, criar, inventar, esquecer, perdoar, deixar pra lá.

Existe um senso comum entre os pais que em briga de criança adulto não se intromete, porque todo pai e mãe sabe que as crianças vão dizer que se odeiam no calor da discussão e que em 5 minutos depois eles já estarão lá, brincando de pique-esconde juntos novamente sem mais nem se lembrar do momento da briga. Diferente dos adultos, as crianças guardam menos rancor. E isso, deveríamos também aprender com eles.Nossas crianças nos surpreendem com suas respostas, com a criatividade em vencer desafios, na imaginação livre capaz de inventar as mais ricas histórias e obviamente na incrível habilidade que eles tem com os eletrônicos que nos faz indagar silenciosamente “mas como é que ele sabe disso?”.


Amanhã, dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e não por pura coincidência de data, o Dia das Crianças que nós mães e pais de baixinhos e baixinhas possamos dar, além de brinquedos, o que eles mais nos cobram : a nossa atenção. Baixinhos sim com relação ao tamanho, mas gigantes proporcionais ao tamanho do amor que sentimos por eles que os fazem ser as principais razões de nossas vidas.