quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Se bloquear fosse só dar um clique...

Fico danada da vida com alguns amigos. Pra ser honesta, são meus melhores amigos. São ao todo uns 10 que cabem na minha pequena lista do MSN. Antes, um porém. Uso pouquíssimo o MSN. Não gosto. Com amigo mesmo, prefiro pessoalmente, no máximo telefone. Nem rádio eu tenho que é para poder interagir, falar ao mesmo tempo que o outro, dizer um “você tem razão” ou “isso é péssimo” em cima da voz do outro, sem ter que esperar que a pessoa acabe de dizer a frase para que eu demonstre meu sentimento. Assim, dessa forma transparente, é que me conhecem. Mas meu MSN abre instantaneamente junto ao meu computador logo cedinho. Aqueles 10 da lista sabem que contam comigo 24 horas, porque os adoro. Nem precisariam ler o meu “disponível” logo cedo, eu sei que eles sabem que estou a disposição deles a qualquer momento. São meus amigos ora, não MALAS! Mas ao contrário de mim, eles têm listas enormes de conhecidos. A minha inquietação é que quase a maioria, quando me chama pra conversar aparece com o status no off line. Estavam “invisíveis”. Eles tentam me explicar - sem que me façam entender exatamente - que se aparecem on line, outras pessoas os “chamarão” e será impossível trabalhar. Quem incomodaria um amigo com bobagens no meio do trabalho? Só se for o tal "mala". E se for "mala"o que é que ele está fazendo na sua lista do MSN? Que coisa de maluco, eu hein? Ora... se não for pra usar por que ter? Já os avisei que vou cancelar minha conta. Todos riram!

Mas uma coisa tenho que concordar. Como nossas relações pessoais seriam mais fáceis se tivéssemos sido programados internamente como o MSN.Primeira grande vantagem seria bloquear, deletar e excluir imediatamente quem não gostamos. Pensou que maravilha? A partir de um clique quem nos perturba deixaria de existir. Namorado pisou na bola, bloqueia. Ele se arrependeu, voltou carinhoso, desbloqueia. Te esnobou, mentiu, saiu com sua melhor amiga? Bloqueia, deleta e exclui. A mãe poderia parecer com o status “ausente” depois da décima vez que o filho a chamasse desnecessariamente. Apareceríamos com um símbolo de "ocupado" toda vez que estamos com pressa (porque é exatamente nessa hora que aparece alguém pra nos roubar ainda mais tempo!) . E todos nós poderíamos ser invisíveis para saber como é que o mundo funciona longe dos nossos olhares. Pensando bem, melhor não. Tem coisa que é melhor nem saber.

Quando nos decepcionamos com um amor, procuramos bloqueá-lo dos nossos pensamentos. Difícil é conseguir. Quando a gente menos percebe lá está a cabeça relembrando a emoção do primeiro beijo ou o andar de mãos dadas. Bloqueia, mas não exclui. Com um pouquinho de sorte, o tempo irá por si só apagar da lembrança mas de forma menos eficiente que uma reformatação. Ou pelo menos, quase. O sentimento que temos pelas pessoas é que não nos permite deletar, não atender ao décimo chamado, nem parecermos ocupados mesmo quando estamos de verdade. Somos assim. Ainda bem.

Mas já avisei! Tô cancelando a minha conta...